DESIGN SOCIAL




Quem viu o título do post deve ter pensado logo: "tava demorando até esse cara começar a falar de design..." - Ora meu papai, deixe-me falar! É por uma boa causa! Certos programadores de bancos de dados por aí torcem o nariz para o design, mas ninguém vai torcer o nariz para o design social, tenho certeza.

O mundesign.org é uma criação de um velho parceiro de idéias que conheci na internet, Fábio Souza, ou simplesmente Faso. Um profissional da área com muita iniciativa e com o que falta para a maioria de nós, infelizmente: preocupação social.

O Design Social é justamente isso. Segundo Faso, a função do Design é melhorar a vida das pessoas, seja adicionando praticidade às tarefas, seja agregando valor aos produtos, não o valor de uma marca ou embalagem bonita, mas o valor qualitativo, que é o que realmente pagamos quando compramos algo.
"Quando eu descobri o design social, as pessoas me passavam a impressão que fazer isso era como 'praticar design de caridade'.
Com o tempo e o amadurecimento das idéias, comecei a ter outra visão (a que eu carrego até hoje e que é o meu lema) sobre esse ofício: fazer design social é usar o design para melhorar a vida das pessoas (isso me lembra o próprio começo da Bauhaus, onde eles pregavam isso)." - diz Faso, e continua:

“as pessoas não querem assistencialismo”

 "- Sem dúvida a função principal do Design é melhorar a vida das pessoas e em termos práticos acho que não é assistencialismo porque Design Social também não é de graça, no mínimo custará um valor abaixo do normal. No meu ponto de vista e também pelas experiências que já tive, Design Social está ligado ao Eco Design e fazer Design Social seria interferir em alguma comunidade em que se percebe algum potencial de mão de obra e de matéria prima. Com isso realizar pesquisas sócio culturais e identificar produtos regionais além de redesenhar e criar produtos com padrões mais elevados para serem vendidos em outras praças ou até mesmo o exterior, fazendo com isso uma organização social local de mão de obra além de acompanhamento e qualificação, gerando renda para essa comunidade que já é ou futuramente se tornará uma cooperativa.
 - Mas quando temos outras organizações por traz do projeto como os já conhecidos projetos do SEBRAE, Natura, Redecard, universidades e Ongs, tudo fica mais fácil financeiramente e o assistencialismo não existirá para nenhuma das partes, pois, para essas empresas ou organizações em que a consciência do papel social realmente existe além dos negócios: impostos, leis de incentivo a cultura, agregar valor ao produto, produtos com identidade nacional ou regional 'ecologicamente correto e socialmente justo'.
 - Portanto acho que não seria assistencialismo porque de uma forma ou de outra o Designer receberá por isso, seja financeiramente ou por meio de divulgação do trabalho e o mais importante: as pessoas não querem assistencialismo. Apenas orientação para conquistar novos mercados e isso é bom para os dois lados: Comunidade, Designer e/ou Empresa."
Falou e disse, Faso!
Conheci o mundesign bem no início, em 2006, e o que aprendi ali mudou radicalmente a minha concepção de design e até mesmo de trabalho social. Vale a pena uma visita ao site (e também ao marcamaria, o blog do Faso) para uma aula de design, consciência social e humanidade, essa que anda tão rara hoje em dia.
Conforme o próprio Faso escreveu: "Pense azul. Seja livre e .mundi o seu mundo."
Garção! Desce a saideira...
Até o próximo post, galera!

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"Quando o processo histórico se interrompe... quando a necessidade se associa ao horror e a liberdade ao tédio, a hora é boa para abrir um bar."
W. H. Auden