LOS BROÑAS - LAST SESSIONS


Finalmente encontra-se disponível o que eu havia prometido aqui. Recebemos e-mails e mensagens dos cinco continentes exigindo a liberação imediata das músicas de uma das mais cultuadas bandas do undergound brasileiro "LOS BROÑAS"! Logo após o post, seguem os links, então...
Mas calma! Antes de pular para as páginas de download, leia este post. Tem informações interessantes aqui.
Fui buscar o CD que continha a lendária gravação no consultório de um dos gloriosos participantes do
Movimento Mongocore, o Murunga, que agora é cirurgião dentista. Voltei correndo para meu escritório e coloquei o CD no laptop, espetei um fone e curti, com olhos marejados, esse pedaço tão divertido e criativo da minha juventude...
Aos que ouvirem essas músicas, já adianto que a qualidade da produção não é o que está em evidência aqui, até mesmo porque todas as músicas foram gravadas em take único, com um gravador comum de fita cassete e depois (bem depois) melhoradas e convertidas digitalmente. Levando-se em conta os recursos usados, o resultado até que ficou bom... Mas o que eu coloco em evidência nesse trabalho é a temática das músicas, tirando sarro com as mais malucas taras e perversões sexuais, além de todo o contexto em que as composições foram concebidas. Para que vocês, meus queridos leitores, compreendam melhor esse segundo aspecto, vamos dar uma passada na história da banda
Los Broñas:

CAP. I - O MOVIMENTO MONGOCORE

Bem no início dos anos 90 surgiu em nossa região um movimento estético cultural multimídia de vanguarda que recebeu o nome de
Mongocore, devido à estatura intelectual de seus integrantes. Eram pessoas tão inteligentes que, após vários estudos antropológicos e dias de meditação transcedental, chegaram à conclusão de que o melhor rumo que a humanidade poderia tomar era de se tornar uma raça de mongolóides. Não me refiro ao povo da Mongólia nem aos portadores de qualquer síndrome genética, mas àqueles que são loucos porque querem ser ou porque não se enquadram nesse ideal de existência equilibrado e com tudo no lugar certinho, imposto pela nossa sociedade. Ora, qualquer um sabe que por trás de toda ordem há o caos, que é o que realmente administra a existência... Pois bem, com base em raciocínios filosóficos como esse é que surgiu o Mongocore. E esse movimento consistia em cultuar todo aspecto da cultura pop que se aproximasse do conceito de imbecilidade e loucura caótica que seus integrantes considerassem ideal para a salvação da humanidade. O movimento tinha como patronos oficiais figuras como a Hebe Camargo e Adilson Maguila. Protestavam contra o que achavam errado com animados passeios ciclísticos (quer coisa mais monga?) e tinham sua bebida oficial: o Chouriço Shake!

CAP. II - MACACOS MOKEYS AND THE PÁSSAROS BIRDS

Os mongo boys e mongo girls, como eram conhecidos, também tinham suas manifestações artísticas, e a primeira banda a surgir nesse cenário foi a fantástica big band entitulada "
Macacos Mokeys and The Pássaros Birds". Com um estrondoso sucesso por conta de sua formação nada convencional: dois baixistas (Cheiroso & Sabão), dois guitarristas (Murunga & Borginho), dois bateristas (Rato & Xan) e dois vocalistas (Lúcio Pankão & Ganso). A "Macacos Monkeys" durou pouco devido a divergências criativas entre seus integrantes e logo depois se dividiu em duas super bandas, também emblemáticas para o Mongocore: "Engodo We Trust" e "Los Broñas".
Em breve teremos um post com a história da revolucionária banda "Engodo We Trust", mas vamos, queridos alunos, ao nosso tema de hoje:

CAP. III - LOS BROÑAS

Para um melhor estudo da história dessa banda, os especialistas das universidades de todo o mundo, depois de dezenas de fóruns e seminários, chegaram a um consenso e costumam dividi-la em três fases:
1ª Fase: Período nonsense escatológico: Ainda sob forte influência de sua experiência com os "Macacos Mokeys" e fazendo jus aos preceitos do Mongocore, nessa fase a banda apresenta suas primeiras composições, com uma temática nonsense e pornô-escatológica. São dessa fase as músicas "Caguei no Scargot", Suck My Saco (ambas pinçadas entre as pérolas do repertório do "Engodo We Trust", numa homenagem aos ex-compaheiros de banda) e "Tinha Sebo", primeiro hit internacional da banda, "Meu Pé Era Azul", "Ritinha", entre outras. Nessa fase também houve um breve flerte com a música popular brasileira e latina, com músicas como "Negue" (Nelson Gonçalves) e "Los Hermanos" (Mercede Sosa).
2ª Fase: Período Punk-Rockabilly: Nessa fase, Los Broñas sofrem uma transformação e passam a ouvir quase que exclusivamente músicas dos anos 50 e punk rock, o que, fatalmente, se reflete em seu repertório. São dessa fase músicas como "Rock´n´Roll Com Bananas", "A Mulher do Próximo", "Surubão Com Você?", "A Mulher Que Se Disputa" (parceria com o escritor e poeta paulista Glauco Mattoso), "Coffin Joe" e, num flerte com o hip-hop, o clássico "Azgorda". Essa pode ser considerada a fase mais visceral e produtiva da banda, e foi também quando eles se tornaram mais conhecidos ainda, devido às suas bombásticas performances ao vivo. Só quem presenciou poderia expressar com exatidão o que significava ir a um show dos Los Broñas...
3ª Fase: Período Experimental Psico-Brega: Nessa fase, Los Broñas voltam aos áureos dias do Mongocore, e começam a apresentar composições que traziam de volta a estética "Mongo" e acrescentaram ainda um pouco de romantismo canastrão. Músicas como "Azvéia" (cuja base melódica é uma homenagem à música "A Praça" de Carlos Imperial), "A Hora H", "Memórias de Um Jumento Tarado Num Convento de Freiras Virgens Ninfomaníacas", entre muitas outras, levavam as jovens mongo girls aos prantos...
Ao longo de sua gloriosa carreira, Los Broñas lançaram algumas demos oficiais, que hoje são disputadas a tapa nos leilões mundo afora. Entre elas estão: "Masturbação Coletiva" - primeiro registro oficial da banda; "Talvez Haja Inverno Nos Meus Cabelos, Mas No Meu Pinto Floresce a Primavera"; "Hoder a La Perrita és Una Cosa Super Creativa" e "Los Broñas Desplugado". Por isso, nobre leitor, o material que você tem a sua disposição é uma raridade, encontrada por acaso no porão da casa de um dos integrantes da banda. Algo como se o Ringo Starr aparecesse com gravações inéditas da melhor fase dos Beatles! Por isso não perca tempo: Clique rapidamente nos links abaixo e obtenha esse tesouro!



Posso ter omitido alguma aspecto importante dessa maravilhosa história, por isso, convido aos demais conhecedores da história do Mongocore que, possuindo alguma informação adicional, mandem ver nos comentários.
Um abraço a todos e até a próxima.

6 comentários:

o dr. A. Noel 4 de dezembro de 2009 às 12:29  

A história do Mongocore merece uma Barsa para não deixar nada passar.
Los Broñas têm que voltar!

Anônimo 6 de dezembro de 2009 às 01:44  

Fui censurado?

Underson 6 de dezembro de 2009 às 20:14  

Gostaria que o autor do comentário acima se identifica-se e me explicasse qual foi o problema...
Será que foi um mongo boy que eu esqueci de mencionar no texto?
Mistério...

Fábio Elionar 7 de dezembro de 2009 às 17:25  

Ganso, deixei minhas impre(ci)ssões sobre os LB, mas cadê o comentário.

Underson 7 de dezembro de 2009 às 20:13  

Pô cara! O Murunga comentou que tava rolando um problema com o captcha (aquela verificação de palavras) então eu eliminei o capcha. Agora é só comentar e clicar no postar comentário...
Você (e todos os outros que por ventura tenham tentado) não poderiam comentar de novo?

Em tempo: não filtro comentários nesse blog (a menos que tenha ofensas a terceiros...)

Abraço.

Evandro Avellar 4 de novembro de 2012 às 16:04  

Murunga (Leonardo), Rato (Alexandre), Cheiroso. Onde foram parar estes caras? Estou morando em Brasília, se alguém tiver os contatos dos caras favor enviar para meu e-mail evandro.avellar @ gmail.com

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W. H. Auden