Estou lendo um livro muito interessante. Na verdade, começei a lê-lo, mas o que vi ali já é o suficiente para gerar um bom papo aqui no Boteco. O Livro se chama "Sem Logo - A Tirania das Marcas em Um Planeta Vendido", da Jornalista canadense Naomi Klein.
Ela fez uma extensa pesquisa sobre a influência das marcas comerciais no dia-a-dia das pessoas nesse nosso mundo capitalista e chega a conclusões absolutamente assustadoras quanto a influência do branding das grandes empresas em nossos hábitos.
A estimulação artificial das necessidades de consumo não é novidade e foi um dos principais ingredientes do sucesso do modo de produção capitalista: fazer uma parcela da população que antes nem sabia que seu produto existia, de uma hora para outra, ser incapaz de viver sem ele.
Mas o alerta que N. Klein nos faz em seu livro é que essa influência vai muito além do que meramente chamamos de hábitos de consumo. Empresas estão construindo personalidades e modos de vida padronizados nos quais as pessoas precisam somente se encaixar para serem bem aceitas em seu meio.
Segundo a autora, as empresas estão conseguindo contaminar com seu branding a cultura de um modo geral, a arte, os esportes, as convicções pessoais, ou seja, não temos praticamente opção de escolha por nada. Eles escolhem por nós... As grandes marcas deixaram de ser apenas criadoras e vendedoras de produtos para tornarem-se objetos de culto e vendedoras de estilos de vida.
Lembrei na hora dos casulos sugadores de energia de Matrix...
Naomi Klein, através de exemplos contundentes, nos mostra como as grandes empresas dominaram o cinema, a televisão, a música, os esportes, a moda, enfim, quase todos os aspectos da vida moderna. Um dos maiores exemplos de brandig agressivo citado no livro é o da empresa Nike, que em determinado momento resolveu criar super astros do esporte, dando a seus atletas patrocinados superpoderes em seus comerciais. Criou assim uma legião de "devotos" da marca, capazes de tatuarem na pele o logo da empresa que patrocina seus super heróis.
Vejam bem, amigos: O objetivo do livro não é demonizar a propaganda e o marketing corporativo, mas expor os abusos que podem ocorrer quando não se define bem o que é o produto e o que é a cultura em torno da marca. A autora em certo momento afirma que o produto, aliás, deixou de ser a principal razão dessas empresas, sendo que seu negócio agora é vender a marca.
Bom, chega de minhas impressões capengas. Vão logo ler o livro que disponibilizei em PDF aqui.
Enquanto isso eu vou vestir minha calça Levis, meus tênis Nike, minha camisa Lacoste, botar meus óculos Oakley, um perfume Hugo Boss e sair para comer um Big Mac e beber uma Diet Coke...
Até mais...
UPDATE:
Vejam aqui e aqui no que transformaram o Che Guevara. O capitalismo não perdoa...
Ela fez uma extensa pesquisa sobre a influência das marcas comerciais no dia-a-dia das pessoas nesse nosso mundo capitalista e chega a conclusões absolutamente assustadoras quanto a influência do branding das grandes empresas em nossos hábitos.
A estimulação artificial das necessidades de consumo não é novidade e foi um dos principais ingredientes do sucesso do modo de produção capitalista: fazer uma parcela da população que antes nem sabia que seu produto existia, de uma hora para outra, ser incapaz de viver sem ele.
Mas o alerta que N. Klein nos faz em seu livro é que essa influência vai muito além do que meramente chamamos de hábitos de consumo. Empresas estão construindo personalidades e modos de vida padronizados nos quais as pessoas precisam somente se encaixar para serem bem aceitas em seu meio.
Segundo a autora, as empresas estão conseguindo contaminar com seu branding a cultura de um modo geral, a arte, os esportes, as convicções pessoais, ou seja, não temos praticamente opção de escolha por nada. Eles escolhem por nós... As grandes marcas deixaram de ser apenas criadoras e vendedoras de produtos para tornarem-se objetos de culto e vendedoras de estilos de vida.
Lembrei na hora dos casulos sugadores de energia de Matrix...
Naomi Klein, através de exemplos contundentes, nos mostra como as grandes empresas dominaram o cinema, a televisão, a música, os esportes, a moda, enfim, quase todos os aspectos da vida moderna. Um dos maiores exemplos de brandig agressivo citado no livro é o da empresa Nike, que em determinado momento resolveu criar super astros do esporte, dando a seus atletas patrocinados superpoderes em seus comerciais. Criou assim uma legião de "devotos" da marca, capazes de tatuarem na pele o logo da empresa que patrocina seus super heróis.
Vejam bem, amigos: O objetivo do livro não é demonizar a propaganda e o marketing corporativo, mas expor os abusos que podem ocorrer quando não se define bem o que é o produto e o que é a cultura em torno da marca. A autora em certo momento afirma que o produto, aliás, deixou de ser a principal razão dessas empresas, sendo que seu negócio agora é vender a marca.
Bom, chega de minhas impressões capengas. Vão logo ler o livro que disponibilizei em PDF aqui.
Enquanto isso eu vou vestir minha calça Levis, meus tênis Nike, minha camisa Lacoste, botar meus óculos Oakley, um perfume Hugo Boss e sair para comer um Big Mac e beber uma Diet Coke...
Até mais...
UPDATE:
Vejam aqui e aqui no que transformaram o Che Guevara. O capitalismo não perdoa...
6 comentários:
Essa discussão é muito válida. No mundo de hoje são raras as pessoas que conseguem manter a cabeça no lugar em meio a tanta informação. É como se vivêssemos em uma sociedade de pessoas hipnotizadas.
Até mesmo Che Guevara, que era totalmente contrário a esse modo de vida, se transformou em estampas de produtos. A verdade é que o raciocínio crítico está cada vez mais fora de moda.
Pois é, Gabriel. Acabamos obedecendo padrões e reverenciando ícones do consumismo como símbolos de status.
Por falar no Che, veja nos links abaixo no que ele já foi transformado:
http://www.chesafterlife.com/4j-soda/
http://www.chesafterlife.com/category/images/
Abraço e obrigado pelos comentários.
Hoje (23/12), conversando com o amigo J.C., falamos de assunto relacionado a esse, no caso, de como as pessoas são levadas a crer que no capitalismo todos têm 'liberdade' de escolha! Esta ilusão é desfeita diante de argumentos como esses que você lista. Não escolhemos o modelo de educação, o sistema político, sequer os representantes políticos, não temos escolha de religião, comportamento... tudo é imposto e ainda dizem que nas democracias capitalistas os sujeitos (assujeitados) são livres! Em breve, escreverei um artigo no PN.
FÁBIO ELIONAR
Obrigado pelo comentário.
Aguardo o seu artigo.
Um abraço.
Ganso
O QUE O MUNDO OFERECE É FASCINANTE.DEPENDE DE NOSSO OLHAR.QUANDO SE FICA ESCRAVIZADO PELA OFERTA DE MERCADO E SE DEIXA EMBRIAGAR PELA POSSE E PODER DE COMPRA, ESQUECE-SE DA LÓGICA E BOM-SENSO, PRINCIPALMENTE O LADO ESPIRITUAL.
O HOMEM, REALMENTE, NECESSITA ESPIRITUALIZAR-SE.DE VERDADE.ALGO DE DENTRO PARA FORA.
THAIS ROSANE
Bela surpresa, a Thais por aqui!
O Nível dos frequentadores desse boteco está cada vez melhor. Seja bem vinda, querida amiga.
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