ORIENTE

Se oriente, rapaz

Pela constelação do Cruzeiro do Sul

Se oriente, rapaz

Pela constatação de que a aranha

Vive do que tece

Vê se não se esquece

Pela simples razão de que tudo merece

Consideração

Considere, rapaz

A possibilidade de ir pro Japão

Num cargueiro do Lloyd lavando o porão

Pela curiosidade de ver

Onde o sol se esconde

Vê se compreende

Pela simples razão de que tudo depende

De determinação

Determine, rapaz

Onde vai ser seu curso de pós-graduação

Se oriente, rapaz

Pela rotação da Terra em torno do Sol

Sorridente, rapaz

Pela continuidade do sonho de Adão.

Gilberto Gil

Não sei porque essa música me veio na cabeça hoje. Acho que fiquei pensando muito no meu irmão mais novo, achando que ele esta meio desorientado e cometendo alguns dos erros que eu mesmo cometi...

E talvez, também, porque eu goste muito do que o Gil escreve. O cara é bom pacas. Essa música, por exemplo, é de 1971. É uma reflexão profunda, principalmente se pensarmos na juventude de hoje, lembrando da nossa juventude e vendo que essa galera tem a faca e o queijo na mão, da mesma forma que nós um dia tivemos e não aproveitamos.

A vida para mim é uma construção constante do ser humano que eu pretendo ser no futuro. Mas que futuro? Daqui a mil anos? Não! o futuro pode ser amanhã ou daqui a cinco minutos... temos o dever de melhorar, "we moving forward, no backslide" como disse alguém por aí...

Acontece que hoje, que no caso é o futuro que eu vislumbrava lá na minha juventude, eu não sou ainda a pessoa que pretendia ser. Cresci pouco, evoluí a passos de formiga, deixei coisas importantes de lado, priorizei bobagens e só fui sacar isso agora, que o futuro chegou atropelando tudo. Como diz o Gil, "tudo depende de determinação" e para mim, foi isso que faltou...

É bom fazer uma auto-crítica de vez em quando para sacudir um pouco a poeira. Aprendi que para o mundo ser suave com você, você precisa ser impiedoso consigo mesmo.

Costumava repetir por aí um lema que era o da Rê Bordosa, das histórias do Angeli: "A vida é uma coisa importante demais para ser levada a sério". Hoje faço questão de esclarecer que esse conceito foi devidamente revisto e abandonado. Meu lema atual é "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo". Genial, não? Resume tudo em uma frase: A fé e o amor a Deus, que é o que nos move; o amor ao próximo e a solidariedade, que é o que nos faz evoluir; e o amor a mim mesmo, pois ninguém é determinado se não se achar importante.

Vocês não imaginam o ganho substancial que essa mudança me trouxe. Posso não ser o cara que achei que seria, mas estou no caminho e determinado a ser uma pessoa melhor, não só para mim, mas para todos que me cercam.

Que Deus nos abençoe hoje e sempre.

3 comentários:

Paulinha 4 de março de 2009 às 10:20  

Meu amor... quanto orgulho e emoção ao ler " Oriente"...na verdade vc é tudo isso é muito mais...sua postura, sua honestidade, sua integridade ...sua elevação moral... espiritual e seu amor ...fazem nossa família ter um porto seguro. Não importa as dificuldades, sabemos que contamos com vc...Amamos vc hoje e além...

Anônimo 7 de junho de 2011 às 20:25  

CRÔNICA de Ialmar Pio Schneider

. Lá pelos idos do ano de 1967, quando cheguei em Canoas, recordo-me, ainda que vagamente, de duas bancas instaladas na praça da Emancipação em frente ao prédio dos Correios e Telégrafos, vendendo livros de literatura em geral. Como naquele tempo até hoje, a poesia fizesse parte de minha vida, adquiri, entre outros, três volumes de uma coleção que se chamava Panorama da Poesia Brasileira, ou seja, o Romantismo, o Parnasianismo e o Pré-Modernismo, apresentada por autores de renome quais Edgard Cavalheiro, Péricles Eugênio da Silva Ramos e Fernando Góes. Mas o que mais me tocou sentimentalmente, por motivos de foro íntimo, foi um opúsculo de poesias românticas de Paul Géraldy, intitulado Eu e Você, traduzido por Guilherme de Almeida, cujo dístico inicial em francês diz: “Si tu m’aimais, et si je t’aimais, / comme je t’amerais!”, ou seja, “Se tu me amasses, e se eu te amasse, / como eu te amaria !” Desculpem-me a tradução literal, apesar do trocadilho italiano traduttori traditori (tradutor traidor).
Mais tarde comporia um Soneto à Canoas, com os seguintes versos: Altaneira cidade do progresso / rumo ao destino imenso te projetas; / das indústrias, fenomenal complexo, / exemplo de trabalho em tuas metas ! // E irás rompendo curvas pelas retas / do amanhã promissor e do sucesso, / a fim de proclamarem os poetas / que em teu avanço não terás regresso... //
Jovem ainda, contas com o vigor / de teus filhos natos e adotivos, / cada qual dedicado ao seu labor / para te verem mais engrandecida / em teus empreendimentos e atrativos; / e onde transcorra normalmente a vida.
Foi composto e publicado em 1982 e consta do meu livro Poesias Esparsas Reunidas.
Desejo uma ótima Feira do Livro neste ano e meus parabéns a todos os participantes e leitores.

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Underson 7 de junho de 2011 às 20:56  

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