COMO FERIR QUEM NOS AMA







A sequência de fotos aí em cima mostra o que o livre arbítrio, quando mal utilizado, pode fazer na vida de uma pessoa.
Essa moça, que é indiscutivelmente talentosa e de quem sou grande admirador, optou por um modo de vida nada saudável, e ingrato se considerarmos as oportunidades que recebeu: a julgar pelas fotos, sua infância e adolescência foram como a de qualquer garota normal... Com um grande dom para a música, despontou para a fama muito cedo e com o sucesso, veio também uma vida confortável.
Acontece que a moça não teve qualquer preocupação de controlar suas tendências e mergulhou de cabeça na loucura. Tal qual uma Janis Joplin do século XXI, ela levou ao pé da letra a máxima “prefiro viver 10 anos a 1000 do quê 1000 anos a 10” e foi com tudo... acabando por se tornar viciada em uma porrada de drogas.
Alguns dirão: E daí? A vida é dela, a grana é dela, o corpo é dela... Mas eu afirmo: sua música e seu talento são nossos. Pertencem ao seu público. Portanto sua atitude é egoísta.
O fato que narrei no post anterior me fez pensar a esse respeito e a moça das fotos foi o exemplo mais notório que encontrei para ilustrar a conclusão a que cheguei. Na minha opinião, qualquer um que resolva se auto destruir, seja pelo uso de drogas, dirigindo irresponsavelmente, arrumando confusão, ou seja, tomando decisões que possam eliminar sua própria vida, na verdade é um egoísta.
Por mais idiotas e irresponsáveis que possamos ser, sempre haverá alguém que goste de nós. Imagine o mal que causamos a essa(s) pessoa(s) quando simplesmente resolvemos nos matar agindo de maneira irresponsável...
Fica aberta a discussão. Aguardo os comentários (Alías, muita gente já me falou que leu o blog, mas pouca gente comentou... gostaria de mais participação dos frequentadores do boteco!)

Abraços.

"SAD HOUR"


Pois é... antes de rolar a nossa happy hour, gostaria de aproveitar um momento para uma pequena reflexão acerca do papel que temos na vida das pessoas.
Ontem aprendi uma lição: nunca perca a oportunidade de ajudar alguém, porque um dia, mais cedo ou mais tarde, você vai perceber que essa ajuda teria feito toda a diferença na vida dessa pessoa...
Ronaldo (nome fictício) é um jovem de mais ou menos 25 anos... mora na favela (Morro da Conquista) e tem um talento excepcional para a música. Tanto que já integrou a Banda de Concerto de Volta Redonda, a Orquestra da CSN e a Banda Municipal. Ronaldo toca trombone de vara. Estuda música há muito tempo e desde que o conheço, percebo que ele é muito dedicado...
Conheci Ronaldo quando este fazia a 5ª série (hoje 6° ano) em um colégio em que trabalhei. Ele não tinha muito interesse nas aulas de informática e me lembro que às vezes eu o isentava de alguma tarefa para que conversássemos alguns minutos sobre música... o sonho dele era (a ainda é, acredito) fazer faculdade de música.
Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos uns dois anos depois. Na época eu integrava uma trupe de teatro e Ronaldo participou como dançarino em uma peça que montamos, onde seu tio era um dos músicos (excelente, por sinal...). Logo depois, ele chegou a ir algumas vezes ao ECFA, a convite meu, e gostou muito... O que eu queria era que o garoto ensinasse um pouco do que ele sabia para os alunos do espaço cultural, mas já naquela época eu percebi que o Ronaldo tinha muitos problemas. Apesar da tradição musical passada de geração a geração, sua família era muito pobre e vivia com muita dificuldade. Como o rapaz ainda não ganhava nada com a música, tinha que fazer um bico aqui e ali para ajudar em casa.
Foi aí que eu perdi a minha chance de ajuda-lo. Poderia ter conversado com algumas pessoas para que o jovem pudesse ganhar uma grana tocando e estudando música e poderia ter insistido para que ele não parasse o estudo regular. Ronaldo deixou a escola na 8ª série (9º ano) do Ensino Fundamental. Já ficava mais difícil para ele realizar o sonho de fazer faculdade...
Logo depois a vida me levou para outros caminho e perdi o contato com o Ronaldo por uns três ou quatro anos...
Ontem, quando ia visitar o meu pai e minha madrasta, encontrei o Ronaldo novamente. Quando passava por uma das ruas escuras ouvi alguém dizer meu nome. E lá veio o rapaz... mesma cara de sempre, só que mais alto e mais magro... veio apertar minha mão e me dar parabéns porque tinha me visto no desfile de 7 de setembro. Estava feliz por saber que eu ainda continuava trabalhando na Educação. Eu não fiquei muito feliz em vê-lo. Ronaldo estava bêbado...
Parei para conversar com ele e perguntei sobre a música, se ainda tocava, se continuava estudando, se já estava na faculdade... Ele coçou a cabeça e me respondeu que a faculdade era um sonho cada vez mais distante. Que estava precisando trabalhar muito e não tinha voltado aos estudos... Perguntei se eu poderia ajudar de alguma forma. Então ele me disse:
-Pois é, professor... você é um cara vitorioso. Nada contece com você e tudo o que você quer você consegue... Pra mim é diferente. Sou preto, sou pobre... as pessoas não dão chance...
Respondi a ele que também era pobre, afinal de contas, nós dois temos a mesma origem: O Morro da Conquista. E que o que acontece conosco nada mais é do que o resultado das nossas escolhas. E exemplifiquei:
-Olha só você! Poderia estar na escola nesse momento. Tem ensino fundamental à noite aqui pertinho... mas você escolheu ficar aqui, na rua, bebendo...
Ele respondeu: ­ -Ainda sonho com a faculdade, professor, mas não tenho mais condições de ficar em banco de escola...
Me ofereci para ajudá-lo a encontrar um supletivo para que ele consiga terminar o fundamental e fazer o ensino médio... Ele me agradeceu. Perguntou se eu por acaso não tinha cinco reais para lhe dar. Respondi que não tinha dinheiro, mas se ele estivesse precisando de algo eu poderia arranjar. Ele agradeceu e falou:
-Pode deixar, professor! Era para inteirar e comprar um “papel de 10”! Mas eu me viro por aí...
Apertou minha mão mais uma vez e sumiu nas sombras da rua.
Segui meu caminho com os olhos marejados. Ciente da minha responsabilidade naquela situação. Pretendo ajudar o Ronaldo a fazer o supletivo. Não posso deixar a droga roubar de vez da música o talento desse rapaz.
Um abraço a todos e fiquem com Deus.

A BOA MÚSICA ALIMENTA O ESPÍRITO

A música alimenta o espírito. Tenho plena certeza desse fato e hoje, segunda-feira, essa certeza veio me confortar e me dar novas energias para seguir em frente na batalha.

Todas as manhãs, quando chego à minha sala, aproveito a relativa calma do horário e ligo o computador. Deixo ele escolher aleatoriamente a música no player, e sabe o que ele tocou esta manhã? “A Day In The Life” dos Beatles... não podia haver escolha mais acertada... A letra da música fala do dia comum de alguém, que acorda, toma café e lê as notícias, mas a magia por trás, a melodia, o arranjo e o sentimento com que Paul McCartney e John Lennon contam essa história banal a transformam em quase um mantra... Pronto! Já tenho razões suficientes para ter um ótimo dia, uma ótima semana!

Dia desses li sobre a entrega do MTV Music Awards no blog do Jamari França onde ele diz que A maior de todas as artes para mim foi insultada de todas as maneiras possíveis naquelas duas horas e pouco de celebração do mainstream. Lixo atrás de lixo em embalagens de luxo que, desembrulhadas, revelam um cheiro fétido quando não o mais absoluto vazio.” No mesmo post ele fala de um maestro africano, Ray Lema, com quem conversou, que lhe disse se essas pessoas soubessem o que a música representa no contexto universal elas teriam maior respeito por ela.” Me lembrei na hora de frase parecida, dita pelo Hermeto Paschoal ao assistir uma performance do Frank Aguiar: “Música é uma coisa sagrada... Não se pode fazer isso com a música, não!”

Minha companheira de vida e de reflexões, a Paulinha, acha muito engraçado, toda vez que tem uma música dessas tocando (do tipo que funciona apenas como desculpa para mostrar mulher com a bunda de fora ou com trocadilhos infames sobre sexo que qualquer criança de seis anos aprende e sai cantando, com a conivência dos pais), a maneira como eu me incomodo e não consigo abstrair, deixar aquele som em segundo plano e pensar em outra coisa... simplesmente não dá! Como músico que sou, a música me atinge em cheio! E não é o caso de ter “ouvido absoluto”, que isso eu não tenho mesmo... é o fato de estarem desrespeitando a música, que, assim como o velho Hermeto, eu também sei que é sagrada.

O mundo sem música seria um lugar lúgubre, sem luz, sem paz e sem sentimentos elevados... acredito que Deus só concede o dom da música (muito mais do que saber tocar, saber ouvir) àqueles espíritos que já atingiram um determinado grau de elevação. É impossível ficar indiferente à música. A boa música (não falo de gosto, mas de qualidade) enobrece a alma, ilumina o dia e faz você agradecer pelas boas coisas da vida. Uma música bem feita, mesmo que seja voz e castanholas, é tão somente uma oração de profundo agradecimento e atrai para quem a toca e ouve as vibrações mais elevadas. Nos aproxima de Deus.

Uma música ruim incomoda mais do que aquele pernilongo zuando no ouvido às três da manhã. Não traduz nada de sentimento e te deixa deprimido, nervoso e angustiado. Definitivamente, não tenho saco para isso e procuro poupar ao máximo meus ouvidos. Assim como eu imagino que rango de fast-food deve estragar o aparelho digestivo (e todo o resto), música enlatada deve estragar o aparelho auditivo e contaminar a alma...

Aqui nesse boteco só entra boa música. Aguardem para breve o primeiro “happy hour” do Boteco do Ganso...

Um abraço a todos e uma ótima semana (com muita música de qualidade!)

LHC - LARGE HADRON COLLIDER

Lá vou eu, aproveitando esse balcão para dar vazão às minhas paixões... Primeiro o design, agora a Física... mas peço aos freqüentadores desse bar que não se preocupem. Não vou transformar isso aqui num reduto de nerds! Peçam um drink e vamos brindar, porque hoje é um dia especial (e para alguns, mais apocalípticos, pode ser o último!).

Um gigantesco acelerador de partículas, com o nome de LHC (sigla em inglês de Large Hadron Collider - Grande Colisor de Hádrons), o maior e mais complexo instrumento científico já construído, foi hoje acionado na Suíça. Considerado a mais importante experiência da história da humanidade vai tentar recriar o Big Bang. O projeto está em preparação há vinte anos, e custou uma bela graninha: mais de 3 bilhões de euros!

Foi projetado para atirar partículas de prótons umas contra as outras quase à velocidade da luz. A libertação maciça de energia causada pelo choque das partículas simularia as condições após a explosão que deu origem ao universo, o Big Bang. Sob tais condições, os cientistas poderão observar como o universo se constituía bilionésimos de segundos após sua origem e compreender como as partículas sub-atômicas se comportavam então...

O acelerador foi construído pela Organização Européia para Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em francês) em um laboratório subterrâneo na fronteira franco-suíça (ver imagem). É a maior máquina já construída pelo homem, tem 8 quilômetros e meio de diâmetro, formando um círculo com quase 28 quilômetros.

A principal missão do LHC é possibilitar aos cientistas a observação do Bóson de Higgs, uma partícula elementar hipotética, predita para validar o modelo padrão atual de partícula. É a única partícula do modelo padrão que ainda não foi observada, mas representa a chave para explicar à origem da massa das outras partículas elementares (é conhecida entre os cientistas como “a partícula de Deus”). Todas as partículas conhecidas e previstas são divididas em duas classes: férmions (partículas com spin da metade de um número ímpar) e bósons (partículas com spin inteiro). As massas da partícula elementar, e as diferenças entre o eletromagnetismo (causado pelo fóton) e a força fraca (causada pelos bósons de W e de Z), são críticas a muitos aspectos da estrutura da matéria microscópica e macroscópica; assim se existir, o Bóson de Higgs terá um efeito enorme no mundo em torno de nós.

Nenhuma experiência detectou diretamente a existência do Bóson de Higgs, mas há alguma evidência indireta de sua existência. Essa partícula foi predita primeiramente em 1964 pelo físico britânico Peter Higgs, trabalhando as idéias de Philip Anderson.

Porque eu falei, lá em cima, que esse pode ser o último dia? Pois bem, alguns cientistas, como Walter Wagner e Luiz Sancho, acreditam que este equipamento pode provocar uma catástrofe de dimensões cósmicas, como um buraco negro que acabaria por destruir a Terra. Para tanto, corre um processo na corte do Havaí tentando impedir a experiência, até que haja uma total comprovação de que não existem riscos. Acusa-se o CERN de não ter realizado os estudos de impacto ambiental necessários.

No entanto, apesar das alegações de uma suposta criação de um buraco negro, o que de fato poderia ocorrer seria a formação de strange quarks, possibilitando uma reação em cadeia e gerando a matéria estranha. Esta possui a característica de converter a matéria ordinária em matéria estranha, logo gerando uma reação em cadeia na qual todo o planeta seria transformado em uma espécie de matéria estranha.

Apesar das alegações "catastróficas", físicos teóricos de notável reputação como Stephen Hawking e Lisa Randall, além de vários outros físicos e engenheiros, afirmam que tais teorias são meramente absurdas, e que as experiências foram meticulosamente estudadas e revisadas, e que logo, estão sob controle.

Entretanto, se um buraco negro fosse produzido dentro do LHC, ele teria um tamanho milhões de vezes menor que um grão de areia, e não viveria mais de 10-27 segundos, pois por ser um buraco negro, emitiria radiação e evaporaria.

Mas, supondo que mesmo assim ele continuasse estável, continuaria sendo inofensivo. Esse buraco negro teria sido criado à velocidade da luz (300 mil km por segundo) e continuaria a passear neste ritmo se não desaparecesse. Em menos de 1 segundo ele atravessaria as paredes do LHC e se afastaria em direção ao espaço. A única maneira de ele permanecer na Terra é se sua velocidade for diminuida a 15 km por segundo. E, supondo que isto ocorresse, ele iria para o centro da Terra, devido à gravidade, mas continuaria não sendo ameaçador. Para representar perigo, seria preciso que ele adquirisse massa, mas com o tamanho de um próton, ele passaria pela Terra sem trombar em nada (não parece, mas o mundo ultramicroscópico é quase todo formado por vazio), e ele só encontraria um próton para somar à sua massa a cada 30 minutos a 200 horas. Para chegar a ter 1 miligrama, seria preciso mais tempo do que a idade atual do universo.

O cientista do MIT, Ph.D em Astrofisica pela Universidade de Bologna, o brasileiro Gabriel Moraes Ernst, considera a teoria concernente com as principais vertentes de análise, ao considerar a aplicabilidade da transferencia de pósitrons com base na massa do buraco negro gerado.

Apesar dos receios, para mim, um apaixonado pela ciência, esse não deixa de ser um dia especial. Até o Google fez uma homenagem ao LHC na sua página principal... Aguardemos então, pela imprensa, os resultados dessa experiência fantástica. O homem está cada vez mais próximo de desvendar a engenharia divina... Quem sabe mais alguns milhões de anos de estudo...

Um abraço a todos. Até a próxima!

Fontes: Wikipedia.org

DESIGN SOCIAL




Quem viu o título do post deve ter pensado logo: "tava demorando até esse cara começar a falar de design..." - Ora meu papai, deixe-me falar! É por uma boa causa! Certos programadores de bancos de dados por aí torcem o nariz para o design, mas ninguém vai torcer o nariz para o design social, tenho certeza.

O mundesign.org é uma criação de um velho parceiro de idéias que conheci na internet, Fábio Souza, ou simplesmente Faso. Um profissional da área com muita iniciativa e com o que falta para a maioria de nós, infelizmente: preocupação social.

O Design Social é justamente isso. Segundo Faso, a função do Design é melhorar a vida das pessoas, seja adicionando praticidade às tarefas, seja agregando valor aos produtos, não o valor de uma marca ou embalagem bonita, mas o valor qualitativo, que é o que realmente pagamos quando compramos algo.
"Quando eu descobri o design social, as pessoas me passavam a impressão que fazer isso era como 'praticar design de caridade'.
Com o tempo e o amadurecimento das idéias, comecei a ter outra visão (a que eu carrego até hoje e que é o meu lema) sobre esse ofício: fazer design social é usar o design para melhorar a vida das pessoas (isso me lembra o próprio começo da Bauhaus, onde eles pregavam isso)." - diz Faso, e continua:

“as pessoas não querem assistencialismo”

 "- Sem dúvida a função principal do Design é melhorar a vida das pessoas e em termos práticos acho que não é assistencialismo porque Design Social também não é de graça, no mínimo custará um valor abaixo do normal. No meu ponto de vista e também pelas experiências que já tive, Design Social está ligado ao Eco Design e fazer Design Social seria interferir em alguma comunidade em que se percebe algum potencial de mão de obra e de matéria prima. Com isso realizar pesquisas sócio culturais e identificar produtos regionais além de redesenhar e criar produtos com padrões mais elevados para serem vendidos em outras praças ou até mesmo o exterior, fazendo com isso uma organização social local de mão de obra além de acompanhamento e qualificação, gerando renda para essa comunidade que já é ou futuramente se tornará uma cooperativa.
 - Mas quando temos outras organizações por traz do projeto como os já conhecidos projetos do SEBRAE, Natura, Redecard, universidades e Ongs, tudo fica mais fácil financeiramente e o assistencialismo não existirá para nenhuma das partes, pois, para essas empresas ou organizações em que a consciência do papel social realmente existe além dos negócios: impostos, leis de incentivo a cultura, agregar valor ao produto, produtos com identidade nacional ou regional 'ecologicamente correto e socialmente justo'.
 - Portanto acho que não seria assistencialismo porque de uma forma ou de outra o Designer receberá por isso, seja financeiramente ou por meio de divulgação do trabalho e o mais importante: as pessoas não querem assistencialismo. Apenas orientação para conquistar novos mercados e isso é bom para os dois lados: Comunidade, Designer e/ou Empresa."
Falou e disse, Faso!
Conheci o mundesign bem no início, em 2006, e o que aprendi ali mudou radicalmente a minha concepção de design e até mesmo de trabalho social. Vale a pena uma visita ao site (e também ao marcamaria, o blog do Faso) para uma aula de design, consciência social e humanidade, essa que anda tão rara hoje em dia.
Conforme o próprio Faso escreveu: "Pense azul. Seja livre e .mundi o seu mundo."
Garção! Desce a saideira...
Até o próximo post, galera!

PIOR QUE WATERGATE


Estou lendo nesse momento um livro surpreendente. "Pior que Watergate", escrito por John Dean, um ex-funcionário da presidência no período Nixon que assistiu de muito perto o escândalo ao qual se refere o título, trata das maquinações da dupla de fanfarrões Bush/Cheney com seu "plano de dominação mundial" à lá Dr. Evil ou Pink & Cérebro.

É incrível o poder que o vice (ou co-presidente, como diz o livro) Dick Cheney tem no que se refere à política externa e assuntos estratégicos dos Estados Unidos. E não é de agora... a coisa vem desde a época do Reagan... Eu diria, sem medo de equívoco que Cheney é hoje o homem mais poderoso do mundo. Quanto a Bush... é apenas um patético caipira que nunca teria competência para governar seu país. É apenas um testa de ferro de um grupo de ulta-conservadores que pretende se perpetuar no poder para construir o que eles chamam de Império Norte Americano (já viram essa história? Qualquer semelhança com o III Reich não é mera coincidência). Eles têm até um relatório, publicado em setembro de 2000 que define bem suas idéias chamado Rebuilding America's defenses: strategy, forces and resources for a new century (Reconstruindo as defesas americanas: estratégia, força e recursos para um novo século). Uma espécie de cartilha do domínio do mundo pelos E.U.
O pior é que parece que se o tal McCain ganhar, esse tipo de escroque vai continuar dando as cartas na Casa Branca... E por falar em McCain, esse também já sofreu na mão da dupla Bush/Cheney... segundo o livro, nas eleições primárias em fevereiro de 2000, em que Bush disputava a vaga de candidato do partido republicano com o McCain, os partidários do primeiro lançaram uma bateria de boatos falsos para desmoralizar o segundo, tipo espalhar que McCain era gay, depois, que ele era um garanhão que havia traído a primeira mulher, depois veio um panfleto dizendo que a segunda mulher dele, Cindy era viciada em drogas (a mulher era viciada em analgésicos), e quando nada disso funcionou, espalharam que McCain era louco por ter ficado muito tempo como prisioneiro de guerra em Hanói... mas a cartada final veio quando eles fizeram circular entre os filhos e filhas da Confederação, nas áreas rurais, uma fotografia da filha adotiva de McCain, uma linda garota de pele escura nascida em Bangladesh. Graças a Ku Klux Klan, Bush bateu seu único rival republicano, que agora, oito anos depois, está de braços dados com ele na corrida até a presidência. É de embrulhar o estômago de um abutre...
Prá vocês verem como a eleição nos E.U. é tão importante para nós quanto as daqui... no Brasil só vamos escolher aqueles que ficarão nos roubando e armando esquemas por mais 4 anos (com raras e gratas exceções, diga-se de passagem) enquanto por lá, o povo pode escolher aqueles que selarão de vez o destino desse planeta, trasformando o mundo numa barbárie ou mandando essa joça de vez pelos ares... é de gelar o sangue!
Para quem se interessar, é possível encontrar o livro em sebos por um preço bem legal (é de 2004). O meu, comprei por R$ 5,00 no Ed. Redondo. Mas para quem não está a fim de procurar, achei no mercado livre por R$ 19,00. Segue o link: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-74771671-pior-que-watergate-politica-_JM
Abraço e até nossa próxima cervejinha com direito a bate papo...

A VELHA SABEDORIA...


Esse texto não é meu. Recebi por e-mail... mas gostaria de compartilhar com meus amigos de boteco.

Excelente aula de contabilidade e de memória histórica!!
Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, defendendo o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Européia.

Eis o discurso:

"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" só há 500 anos. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.

Eu também posso reclamar pagamento de juros.

Consta no "Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.

Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento! Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução,
mas indenização por perdas e danos. Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.

Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, e de outras conquistas da civilização.

Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?

Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.

Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.

Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?

Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.

Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica..."

VOCÊ POR AQUI????


Pois é, companheiros... Depois de tanto relutar, enrolar e empurrar com a barriga eu resolvi voltar a escrever. Aqueles que já toparam com um texto meu por aí lembram bem daquela época áurea, quando as idéias fervilhavam em minha mente e eu escrevia sempre, sobre tudo, com muito estilo...
Bem, esses tempos passaram. E nada como o tempo para transformar o cara chato que eu era no cara legal que sou hoje...
Volto a escrever, dessa vez a anos-luz da velha máquina de escrever Olivetti (que Deus a tenha), utilizando o fino da tecnologia do século XXI...
Portanto, aguardem meus textos, que em breve os estarei postando, talvez um por semana, quem sabe por dia... Pretendo falar de tudo um pouco. Não vou ficar cagando regra nem emitindo opinião pessoal sobre as coisas... só análises frias, à luz dos fatos e sem pretensão.
Por favor, me aguardem...

(e vão vomitar lá fora... e não nas plantas, please...)

Mercado Livre

"Quando o processo histórico se interrompe... quando a necessidade se associa ao horror e a liberdade ao tédio, a hora é boa para abrir um bar."
W. H. Auden